quinta-feira, julho 25, 2013

This is my message to you

Existem algumas músicas que falam, exatamente, sobre o que estamos vivendo. Não sei se foi coincidência, mas esbarrei, esses dias, com canções que chamaram minha atenção por escancarar o assunto "sentir medo" ou "evitar o medo". Será que existe uma maneira ideal de fugir disso tudo? São sinais, conclusões, associações forçadas ou espontaneidade?

O nosso cérebro é interessante, mesmo. E o meu funciona de uma forma bem estranha. Ele associa minhas situações com músicas. Sempre. E de uma forma peculiar: eu não procuro associar. É uma resposta, aparentemente, já adiantada e natural. Veja bem, não falo daquilo de buscar uma letra de uma música e encaixar com o que estou vivendo. Não é tão banal assim. Vou explicar.

Quando eu cursava a Pós em Avaliação Psicológica, sempre que entrava na sala e me acomodava, me pegava cantando bem baixinho a música "Olhos Coloridos". Depois de um tempo, comecei a perceber que era constante mesmo, porque diariamente isso acontecia. E ai, rápido como um surto, meu pensamento deu-se conta e concluiu que havia uma colega de turma que era a cara da Sandra de Sá. Lembro-me de outra situação de associação de cores. Sempre quando eu saia com uma calça vermelha que ainda tenho, quando notava já estava cantarolando "Vapor Barato", onde tem um trecho que fala "com minhas calças vermelhas, meu casaco de general". Citei essas situações, mas já perdi as contas de quantas vezes isso aconteceu. Muitas, mesmo. E, sempre, de uma maneira sorrateira.

E seguindo esse raciocínio, percebi que ultimamente a música "E pronto", de uma banda muito pouco conhecida, chamada "Reverse", adentrou em minha mente de uma forma brusca e intensa. Comecei a me incomodar com a situação quando me dei conta que até estudando começava a pensar em suas palavras. Não exatamente nela toda, por completo, mas em um trecho que fala "Vou desligar meu cérebro para o meu corpo parar de doer". Pensando bem, como eu não poderia associar tudo isso ao momento atual e redundante?

O meu medo estancou quando, hoje, tive uma das melhores notícias da minha vida. Pouca gente sabe, mas de seis em seis meses preciso fazer uma avaliação oftalmológica, que analisa exatamente como minha retina está, quais alterações progrediram, quais regrediram e, sobretudo, a porcentagem de visão que está prejudicada, devido à Diabetes e ao Lúpus. Estava com muito medo, um sentimento quase paralisante, mas fui. Quando sentei e aguardei o médico, veio em minha mente "in every life we have some trouble, but when you worry you make it double, don't worry, be happy". O laser invadiu meus olhos, as lágrimas desceram e o meu médico explicou que existiam, sim, algumas alterações, mas que elas não haviam progredido. Saber que permanecia estável soou perfeitamente bem. Deixei a clínica bem mais tranquila, peguei um táxi, porque estava com a pupila dilatada e não podia dirigir. Já chegando ao meu destino, o taxista ligou o som e estava tocando "Three Little Birds", do Bob Marley.

"Don't worry about a thing, 'cause every little thing gonna be all right".

3 comentários:

Anônimo disse...

You are beatiful :)❤❤❤❤❤❤❤❤
God loves you and I too :)


Titia paulistana

Rafael Caus disse...

Acho que a frase não é dele mas ontem vi em um programa de TV o filósofo francês Luc Ferry dizer que o medo é um mau conselheiro. O medo no centro da atenção só vai se multiplicar, "you'll make it double". E esse seu cérebro sabe das coisas, antes até de você. Virei fã dele. Ele já sabia que o seu medo ia sumir e tentou mandar uma mensagem pra você. Obrigado por publicá-la.

Roberta Feitosa disse...

Obrigada pelas palavras amigas, sempre!