terça-feira, março 23, 2010

E agora?

Qual decisão tomar quando queremos ter ou fazer algo que, descaradamente, ninguém concorda?
Acredito que seja bem difícil desenvolver qualquer idéia sobre esse questionamento, pois de antemão já concordamos em partes que o que queremos na verdade é algo contraditório. Pensamos logo: Já que alguém não aprova, deve ter algo errado.. Mas será?

Vejamos.. Algo inesperado acontece, fazendo com que, logo depois, surja um desejo pessoal e individual.
Seja qualquer mudança, resultando no desejo de voltar a ser como era antes; seja o fim de um relacionamento amoroso, amigável, familiar, resultando no desejo da reconciliação; seja uma despedida, resultando no desejo do reencontro.

O que fazer quando queremos voltar a um certo ponto, onde só nós acreditamos nisso? Penso que é difícil lidar com os olhares alheios que nos reprovam.. mas será que vale a pena inibir nossas vontades, por causa dos outros e do que eles pensam? Acho que ninguém sabe mais profundamente o que se passa dentro de nossas cabecinhas, do que nós mesmos.. Afinal, somos pessoas que pensam ou marionetes?

Todos nós sabemos que muitos continuam com a mania feia de julgar... os atos, os comportamentos, as personalidades dos outros, mas o que as pessoas, de verdade, tem a ver com isso? A palavra já diz tudo, é DO outro, portanto não é nosso!

Regras para melhor entendimento do caráter alheio:

1 - Aconteça o que acontecer, nós nunca saberemos de VERDADE o que houve com o outro que resultou em tal comportamento. Alguém pode até dizer que foi por isso ou aquilo, mas não temos como saber se é real. Acredito que constantemente alguns sentimentos são omitidos, seja por vergonha, medo, timidez, incertezas e dúvidas de como o outro vai entender o que sentimos.

2 - Nós nunca sentiremos o que o outro já sentiu em alguma situação, que resultou em tal comportamento. Se sentíssemos, com certeza não julgaríamos.

3 - Cada pessoa é uma pessoa. O que é bom para mim, pode ser péssimo para o outro, que pode ser mediano para o terceiro. Não temos como prever comportamentos, ainda que seja a mesma situação.

Defendo a idéia de que tudo depende do que já passamos na vida, do que já sentimos em determinadas situações, do que já falamos aos outros e a nós mesmos, que se transformaram em falsas verdades ou mentiras sinceras. Então, pensando nisso tudo, porque ainda seríamos capazes de deixar que os outros decidam por nós, mesmo que indiretamente? Para transformar nossos próprios comportamentos em contradição com o que pensamos e sentimos de verdade?

Eu me considero irremediavelmente indecisa. Seja em coisas simples ou complicadas. Mas acredito que não devo deixar que ninguém decida a minha vida. Pois se os outros que decidem se eu vou ou volto, se fico ou saio, se termino ou continuo, se falo ou calo a boca, sem sentir o que EU sinto, provavelmente iremos todos acabar em uma eterna frustração. E isso sim seria um caminho sem volta.

Ah, mas conselhos são sempre bem aceitos, obrigada!

5 comentários:

Diana Pontes disse...

Simplesmente incrível, beta. Digno, inclusive, de aplausos.
Sou, também, adepta àquele pensamento de que "o objeto observado difere à medida em que troca-se o olho do observador".
Cada pessoa enxerga determinada situação de maneira diferente.
Por isso, inclusive, que existe, no Direito, a possibilidade das partes requererem a substituição do juiz.
Ora, imagine, num caso de estupro... O juiz "a", de bem com a vida, nunca sentiu na pele a dor de ter um ente familiar estuprado... e, por outro lado, um juiz "b", que teve sua filha estuprada, quando criança.
...Agora vamos à audiencia. Você, como advogado do estuprador, iria querer ter como mestre do processo o juiz "b" ou ou "a"? Claro que iria querer o "a", pois ele estaria isento da fúria, do ódio, da fome de vingança por todos que praticam o ato do estupro.
Enfim, foi só um comentário paralelo.. para observarmos que cada pessoa enxerga algo de uma determinada forma, pelo que já viu, viveu e sentiu.
Vivemos em uma sociedade HIPÓCRITA, onde a sensação é ir às festas que toquem "bicicletinha" ou "rebolation", simplesmente porque disseram que são músicas boas e as pessoas seguem as tendencias.. puras maritacas e marionetes, como diz você.
A solução seria, sem sombra de dúvidas, cada um se conhecer internamente... sem medo, sentir a dor do passado sofrido(ou não), curar as feridas e superar os complexos.
A partir daí, garanto que antes de julgar qualquer atitude de outrem, teria uma auto-análise interna forçando-os a, no mínimo, respeitar as decisões/atitudes alheias e procurar dar sentido a sua própria vida.

ORD disse...

Concordo... Sou meio assim também. Mas como tomar essa decisão se tenho certeza de que não posso me fazer presente no momento? Pra que dar um primeiro passo se não posso dar o segundo e o terceiro?

Mônica Scala disse...

Betão, simplesmente adorei!!

Anônimo disse...

linda linda linda vc esta cada dia mais linda Bbta. Bjão no coração.

ORD disse...

Boa semana meu "norte feminino".
hehehe
Beijos